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09/05/2008

Quanto cobrar por uma palestra

Eu sei que estava falando de entrevistas, mas vamos fazer um intervalo para os comerciais e atender a alguns pedidos de mais informações sobre quanto cobrar por uma palestra.

Quando não existe exposição na mídia, os preços caem. Palestrantes profissionais são avaliados pela marca, ou por quanto são conhecidos do público. Então você pode encontrar alguém que entenda muito pouco de um assunto (eu, por exemplo), cobrando mais do que alguém que é especialista no assunto (o Dr. Jlhoxkyo Owercngruslpw, Phd, por exemplo).

Para quem está começando, uma referência é cobrar como cobraria para uma consultoria. Quem está começando meeesssmo pode cobrar por hora de consultoria, um valor que também varia muito conforme a marca. Ou cobrar por um dia de consultoria, embora trabalhe apenas uma ou duas horas, caso se sinta mais confortável.

Outra referência é cobrar por número de participantes, fazendo um cálculo rápido de quanto cada um estaria disposto a pagar para assistir uma palestra. Palestrantes profissionais, porém não cobram por hora, por público ou por dia, mas segundo o valor que é atribuído à sua marca.

Esse "cobrar" sempre exclui os valores de locomoção, hospedagem e outras despesas, mas eu geralmente só coloco para o cliente pagar hotel e locomoção, e esta apenas do aeroporto onde chego e saio (não incluo minha locomoção até o aeroporto mais próximo de casa).

Também não me preocupo em cobrar lanches ou refeições feitas fora do hotel, embora alguns não incluam isso na autorização que dão ao hotel, e na hora de fechar acabo arcando com essas refeições. Considero indelicado, depois de fazer um trabalho de 4 ou 5 dígitos, discutir por causa de um misto-quente.

Se você quiser tomar como referência o que cobraria um consultor, sugiro um passeio pelo site do IBCO - Instituto Brasileiro dos Consultores de Organizações, onde há muita informação e também uma pesquisa de valores de honorários para você baixar em PDF. Divirta-se com as tabelas.

Aqui eu falo um pouco mais sobre quanto cobrar por uma palestra:

Idéia de valores
Como cobrar
Quanto eles cobram nos EUA

08/05/2008

Entrevista no rádio

As entrevistas para programas de rádio podem ter diversos formatos. Já dei entrevistas em estúdios, por telefone e até por MP3. O importante em qualquer caso é conversar antes com o entrevistador para saber qual será o escopo da conversa, para você não ser pego desprevenido.

Em hipótese alguma, no rádio, TV ou mídia impressa, faça propaganda de algum produto ou serviço, a menos que isso seja previamente conversado e acordado com o entrevistador ou repórter. O entrevistador enxergará você como um aproveitador, se quiser martelar seus produtos. É preciso entender que a oportunidade de aparecer na mídia deve ser aproveitada como uma oportunidade institucional, não promocional.

Qual a diferença? Institucional é a exibição de uma marca (no caso você) de forma ampla, sem qualquer apelo para vender um produto ou serviço. Promocional é a venda específica. Por exemplo, você falar que aprendeu a fazer pastéis com sua avó, e que isso lhe possibilitou abrir a "Pastelaria Ventania" que está obtendo um sucesso considerável no bairro, é uma forma de propaganda institucional. Você não ofereceu nada, apenas mencionou uma particularidade interessante de seu negócio (a receita da vovó) e criou um certo interesse na audiência.

Uma propaganda promocional seria você "aproveitar o ensejo" para anunciar uma promoção de pastéis de inhame, do tipo, "compre dez e pague cinco", mas só esta semana.

Durante a entrevista, procure articular bem as palavras, evitar vícios ("né", "então", "ou seja"), e eu particularmente detesto ouvir alguém falando "nós isso", "nós aquilo", por denotar falsa modéstia. Vai que o entrevistador pergunta onde você nasceu e você responde: "Nós nascemos em Minas Gerais". A audiência do programa de rádio, por não conseguir enxergar que há só um entrevistado, vai pensar tratar-se de gêmeos siameses.

Quando a entrevista for por telefone, pergunte antes se vai ser ao vivo ou gravada, porque no primeiro caso você tem menos chances de errar. No segundo, se falar besteira, pode até pedir licença para começar de novo e solicitar a edição daquele trecho. Evite dar entrevistas no trânsito, falando ao celular e dirigindo, para sua entrevista não ir parar também no programa policial ou nos anúncios funerários.

Se estiver em casa ou no escritório, procure um lugar tranquilo, desligue o telefone e o celular, porque é horrível eles ficarem tocando durante a entrevista, e certifique-se de que o cachorro do vizinho (o animal, não o vizinho) não esteja latindo, seu bebê não esteja chorando e a máquina de lavar roupas não esteja ligada. O resto vai depender de seu talento.

07/05/2008

Modos de entrevista

Você pode ser requisitado para uma entrevista por telefone para rádio ou TV, ao vivo ou gravada, por telefone para a imprensa e por e-mail. Sempre que possível dê preferência ao e-mail para as entrevistas que serão publicadas. Você tem maior liberdade para responder em seu melhor momento e com as idéias mais claras.

Além disso, a entrevista por e-mail permite que você pense melhor sobre o assunto e até pesquise algo que possa enriquecer o que diz. Ao responder, porém, faça como se estivesse conversando, e não como se estivesse escrevendo uma tese científica. É importante aprender a escrever do jeito que você fala. Sabe como é, assim, sem muito floreado, tá?

Não espere que aquelas cinquenta laudas de resposta que deu serão publicadas na íntegra. Nem mesmo a hora e meia que falou ao telefone para o reporter gravar, porque sua entrevista pode ser (na maioria das vezes) apenas para acrescentar informações a uma matéria da qual participam outros entrevistados. Uma vez eu falei quase uma hora com um repórter e vi uma frase minha publicada na matéria na revista.

Depois falo mais sobre entrevistas por meio de recursos síncronos (telefone, skype, pessoalmente), por telefone, para a imprensa, rádio ou TV.

04/05/2008

Relacionamento com a imprensa

A imprensa pode ser uma alidada importante do palestrante, mas é bom entender que a função do jornalista é informar, não fazer propaganda de você. Portanto, nem pense em tentar usar a mídia. Quem lê isso pode achar uma contradição, pois há pouco eu ensinava como se valer de jornais, revistas e sites para divulgar sua marca.

Bem, os resultados são proveitosos para o palestrante, mas a abordagem nunca deve ser no sentido de levar vantagem. Não entendeu? Raciocine assim: se me esforço para criar informações e conteúdo de qualidade para aparecer na mídia, isso não significa explorá-la, mas criar uma vantagem para ela. O efeito colateral disso é exposição. A imprensa busca por informação e conteúdo. Quem estiver disposto a investir seu tempo nisso é beneficiado com os resultados.

Vamos supor uma situação inversa, para entender melhor. Hoje é muito fácil para um palestrante escrever meia dúzia de livros (nossa! exatamente meu número até aqui!), produzir puro lixo na forma de artigos e entupir a Internet com isso. Falo de ficar escrevendo artigos que não dizem nada, só para criar volume. Quer ver? Vou dar um exemplo usando o
"Fabuloso Gerador de Lero-Lero":

O que temos que ter sempre em mente é que a hegemonia do ambiente político auxilia a preparação e a composição do orçamento setorial. A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com o acompanhamento das preferências de consumo aponta para a melhoria dos paradigmas corporativos. Caros amigos, a determinação clara de objetivos representa uma abertura para a melhoria da gestão inovadora da qual fazemos parte.

O que viu aí? Absolutamente nada, só palavras bonitas. Pois é, nem tente obter uma colocação privilegiada nos meios de informação gerando lero-lero. Nenhum jornalista procuraria você para falar disso. Ele precisa de fontes que sirvam para gerar boas informações para a matéria que está escrevendo. Qualquer profissional de comunicação percebe de longe o cheiro de vigarice.

Por outro lado, se você trabalhar duro e gerar informação de qualidade, com o tempo você acabará com seu nome anotado no caderninho de alguns jornalistas, e isso será sua recompensa. Continuarei falando desse relacionamento com a mídia e mais sobre entrevistas na próxima. Até lá.

03/05/2008

Otimizando sua produção

Há anos escreve semanalmente (ou quinzenalmente, dependendo do tempo), artigos e crônicas de vida, carreira e negócios, com foco em marketing, vendas, comunicação e outros temas de minhas palestras e treinamentos.

Ao final de um ou dois anos eu tenho material para um livro, podendo revisar, expandir, alterar, agrupar, fazer o que quiser. O importante disso é que eu escrevo quando as idéias vêm, e depois posso retomá-las na edição de um livro. É muito mais fácil do que partir do zero para escrever.

Essas mesmas crônicas eu publico primeiro em meu blog Mario Persona CAFE, e também ofereço para quem quiser publicar de graça ou como colaboração em sites, jornais e revistas. Tem gente que fica tão preocupada com isso que enche seus textos de "Marca Registrada", "Copyrights", cadeados etc. Eu não.

Se alguém pode roubá-los? Claro que pode, e algumas pessoas já fizeram isso, colocando-se como autores. Raciocine assim: quanto você ganha escrevendo? Muito pouco. Quanto você ganha se o seu nome estiver espalhado por aí em centenas de sites, jornais e revistas? Muito muito.

É claro que também forneço serviços de autor para algumas revistas segmentadas, escrevendo crônicas exclusivas, mas estes são outros quinhentos.

Continuando, como já escrevo para meus textos durarem, dificilmente trato de temas do noticiário, mas conceituais. Como são textos leves, principalmente para ler na Web, não gasto mais de 600 ou 700 palavras em cada um. Meus textos são então publicados em meu blog e vai saber onde mais, já que incentivo a cópia descarada, desde que acrescentem um www.mariopersona.com.br aos créditos. Você não imagina o bem que isso faz para sua marca nos sites de busca!

O mesmo texto segue também para os 9 mil assinantes de minha newsletter (importante, não mande SPAM, crie uma newsletter e conquiste assinantes que sejam assinantes porque gostam do que escreve).

No momento em que tenho o texto, tenho o script para meu vídeo. E é o que faço, criando um vídeo daquele texto, em casa mesmo. Depois eu extraio o áudio daquele vídeo e publico em meu podcast. Veja só: Eu escrevo uma vez, e esse texto vai virar:

  1. Material para meu blog
  2. Material para minha newsletter
  3. Colaboração para os blogs, jornais, revistas e sites dos outros.
  4. Material para um futuro livro
  5. Vídeo
  6. Podcast

Se isso não for otimização da produção, não sei o que é. Quem vê tudo isso por aí acaba pensando que minha produção é gigantesca. Nem tanto. Ah, e tem mais: as entrevistas. Mas isso fica para a próxima conversa...

02/05/2008

Escrevendo seu livro

Como o próprio Tom Peters disse em sua entrevista (veja texto anterior), todo palestrante deve procurar escrever um livro. Mesmo que você só venda para sua mãe ou sua irmã, ou dê de presente, ter um livro faz uma grande diferença porque, além de palestrante, você entra no mundo dos autores. Obviamente é preciso que tenha qualidade, ou você entrará para o mundo dos autores medíocres.

Eu tive a felicidade de encontrar duas editoras que quiseram publicar meus livros. Mas mesmo que isso não seja possível, hoje existe a possibilidade de produção sob demanda. Geralmente as editoras que trabalham assim cobram um valor para produzir, digamos, cem ou duzentos livros. A venda pode ficar por conta da editora ou por sua conta.

A experiência nesse segmento sob demanda demonstra que quem vai precisar vender mesmo é o autor, porque esses livros acabarão não entrando na distribuição das livrarias. O que leva ao ponto de que o elo mais importante na produção do livro não é a editora, mas a distribuidora. Mas este é outro assunto.

No próximo texto vou mostrar como faço para otimizar ao máximo a produção de meu material para livro, sites, entrevistas, vídeos, podcasting etc. Enquanto isso, assista o vídeo abaixo.

01/05/2008

SIPAT, CIPA e Palestras de Segurança no Trabalho

Um mercado interessante é o de palestras para a SIPAT, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho. De acordo com legislação, as empresas são obrigadas a dedicar, anualmente, uma semana para palestras e conferências sobre acidentes de trabalho, e isso é uma excelente oportunidade para o palestrante.

Algumas considerações, porém. Palestras técnicas de segurança devem ser ministradas por pessoas da área, como técnicos e engenheiros de segurança. Geralmente é isso que acontece no dia-a-dia das empresas e também na SIPAT. Porém muitas grandes empresas estão bem servidas nessa área e, durante a SIPAT, procuram trazer palestrantes também da área comportamental.

É aí que eu entro, e é aí que muitos palestrantes atuam. A rigor eu não poderia falar de segurança no trabalho por não ser um técnico no assunto, e é por issso que sempre pergunto antes o que a empresa procura. Se querem que eu ensine como usar EPI (Equipamentos de Proteção Individual), procedimentos, etc., então sugiro que procure um profissional da área.

Mas na maioria das médias e grandes empresas todo mundo está mais que informado e treinado em segurança. A brecha fica por conta do comportamento, das atitudes, da responsabilidade pessoal. É aí que o palestrante comportamental entra, pois não vai se intrometer nos procedimentos de segurança já adotados pela empresa, os quais ele provavelmente não será capaz de conhecer pela limitação do tempo, mas irá motivar os colaboradores a adotar os procedimentos.

Enfim, é uma palestra puramente comportamental, e quem trabalha com gente, com comportamento, com motivação, e tem boas histórias para contar para conscientizar o público da importância da segurança, tem os elementos necessários para atuar nessa área.

Agora vem a melhor parte. Como as empresas precisam promover a SIPAT, isso significa que elas já reservam uma verba todos os anos para o evento. E daí? Daí que já não se trata de vender seus serviços de palestrante, mas de eles serem comprados. Não é o caso de você tentar convencer o cliente a promover o evento, mas apenas uma questão de competência, alinhamento com os objetivos da empresa, e preço.

Agora vem a parte menos melhor. Por se tratar de uma atividade geralmente atendida pelos próprios técnicos e engenheiros de segurança da empresa ou prestadores de serviço, você irá concorrer com o preço "de grátis" que esses poderão estar cobrando, por seus serviços já estarem inseridos no pacote de seu contrato.

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