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27/07/2009

O palestrante e a parceria

Dependendo do estágio de sua carreira pode ser interessante o palestrante fazer parcerias, totais ou parciais. Evidentemente isso vai depender muito dos interesses do palestrante, do público e do valor agregado. Para o palestrante, fazer parceria simplesmente por fazer pode significar prejuízo se o público não for de formadores de opinião ou mesmo de possíveis clientes.

No início da carreira todas as parcerias podem ser interessantes, já que você precisa ficar conhecido de algum modo e também afinar seus instrumentos. A parceria significa risco, e o palestrante estará dividindo o risco com o promotor do evento. Mas pode chegar um dia em que o palestrante está com uma agenda bastante concorrida e uma parceria pode significar o bloqueamento de uma data que poderia ser vendida a um cliente pagante.

Há promotores de eventos que propõem parcerias como forma do palestrante vender seus livros no evento. É sempre bom fazer as contas antes de partir para uma parceria assim pensando que vai lucrar. A venda de livros em palestras é muito pequena, a menos que você seja um grande escritor ou tenha descoberto a cura para o câncer. Menos de 10% dos participantes do evento comprarão seus livros.

Para você ter uma idéia, se hoje eu entrasse numa parceria preocupado apenas com a receita obtida com a venda dos livros, considerando que o autor recebe da editora em média 10% do preço de capa, eu precisaria vender pelo menos 3 mil livros para receber um valor que compensasse participar do evento sem ganhar nada mais além dos royalties pela venda dos livros.

Como não sou um escritor de best sellers, eu me classificaria como os que vendem para apenas 10% do público presente, portanto seria preciso o promotor do evento colocar ali 30 mil pessoas, para o que ele iria precisar, não de um auditório, mas de um estádio! Mas, pensando bem, se o promotor realmente colocasse 30 mil potenciais clientes para assistirem minha palestra eu nem pensaria em ganhar com os livros...

24/07/2009

Palestrante que não faz só palestras

Quando iniciei no segmento de palestras eu já era palestrante na empresa da qual era diretor. Na época minhas palestras tinham por objetivo promover nossos serviços e eu atuava como palestrante em grandes eventos públicos, ou em eventos que nós mesmos promovíamos nas principais capitais convidando clientes em potencial. Nestes eventos eu entrava como palestrante conceitual e um colega era o palestrante técnico.

Por ser diretor de comunicação e marketing da empresa eu tinha um bom relacionamento com a imprensa e escrevia colunas para alguns jornais. Tudo isso ajudou a promover meu nome e ficou muito mais fácil depois quando me lancei como palestrante. Mesmo assim o começo da carreira de palestrante não foi fácil, mas essa exposição prévia de alguns anos ajudou para que eu não fosse visto como um palestrante desconhecido.

As empresas contratam o palestrante mais pelo que ele aparece na mídia do que pelo que ele efetivamente conhece. É por isso que você encontra grandes palestrantes que não têm grande bagagem, e grandes bagagens que não conseguem se tornar grandes palestrantes por não terem uma boa exposição. Trocando em miúdos, é mais provável que um ator de novela se torne um grande palestrante do que um professor de física quântica.

Deixar um emprego fixo para se lançar neste mercado é possível, desde que você tenha uma reserva para se manter por um bom tempo. Como em qualquer negócio, geralmente a roda não começa a girar em menos de um ano. Se você não for conhecido na mídia, isso vai levar muito mais tempo.

Hoje a Internet ajuda muito, mas você precisa ter a certeza de que está realmente sendo visto e, principalmente, mencionado em sites e blogs alheios. O que os outros falam do palestrante é muito mais importante do que aquilo que o palestrante fala de si mesmo.

Se você tem um emprego fixo e pretende se ingressar no segmento de palestras, o melhor mesmo é tentar levar as duas atividades paralelamente enquanto puder, e só pular para o barco exclusivo das palestras quando este estiver mais abastecido do que o do emprego fixo. São poucos os palestrantes no Brasil que vivem apenas de palestras. A maioria dos palestrantes atua em consultoria, ensino e outras atividades.

Durante alguns anos eu mesmo dividi meu tempo de palestrante com o trabalho de professor universitário e de MBA, além de consultor e tradutor. Hoje, em função do número de palestras e treinamentos em minha agenda, deixei de lecionar e de atender novos clientes de consultoria. Mantenho apenas um relacionamento com editoras traduzindo livros acadêmicos, pois isto me ajuda a estar sempre atualizado.

10/07/2009

Palestrante precavido vale por dois

Um palestrante precavido vale por dois, mas não espere receber dois cachês por isso. Se você não quer ter surpresas em seu trabalho de palestrante, é bom prever todos os problemas que podem surgir antes, durante e depois de uma palestra.

Comece revisando o tema que vai apresentar e dando uma última ligada para seu contato no cliente para os detalhes finais. Esse contato do palestrante com o cliente poucos dias antes é importante por várias razões. Se a sua agenda de palestrante for parecida com a minha, pode acontecer de você ter vários eventos seguidos e acabar misturando na memória o que conversou com cada cliente. Isso poderá confundi-lo.

Além disso pode acontecer do cliente ter decidido alterar alguma coisa no tema da palestra ou e ter se esquecido de avisar o palestrante. Já aconteceu comigo. Enviei uma proposta com temas "A" e "B" e o cliente decidiu fechar com o tema "A". Por alguma razão deixei de fazer o que estou sugerindo aqui e não liguei na véspera para afinar os instrumentos.

Quando cheguei ao local peguei o programa do evento e lá estava o meu nome e o tema "B" ao invés do "A". Imediatamente corri para um canto do auditório, abri meu notebook e montei rapidamente os slides do tema "B" dentro da realidade do cliente antes que chegasse minha vez de ir à frente.

Para isso é importante que o palestrante seja um Dom Quixote e seu notebook o Sancho Pança - inseparáveis. É comum o palestrante ir preparado para falar 2 horas e descobrir que os palestrantes anteriores tomaram mais tempo do que o combinado e sobrar meia hora para a palestra. Nessa hora o jeito é abrir o notebook e eliminar alguns slides para adequar o tema ao tempo disponível para o palestrante.

Levar a palestra em mídias alternativas também é uma boa precaução que o palestrante deve adotar. Notebook, CD, pendrive e até colocá-la em uma área Web é aumentar a segurança, caso roubem seu notebook, o CD dê erro, e o pendrive caia na privada. Se você já derrubou um celular na privada sabe que pode acontecer também o pendrive. Participei de um evento no qual um palestrante trouxe sua apresentação apenas em pendrive incompatível com o computador que havia no palco. Precisei emprestar a ele meu notebook, que foi capaz de ler o arquivo, para ele poder continuar.

Não custa também ter seu próprio controle remoto, porque não há nada mais chato do que ficar pedindo para alguém trocar os slides. Pode apostar, o cara vai dormir ou alguém vai contar quantas vezes você disse "O seguinte", "Não, o anterior", "Volte um" etc. Eu tenho dois controles remotos porque uma vez achei que tinha esquecido o meu em um evento e comprei outro. Achei o primeiro algum tempo depois em uma mala.

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