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02/06/2010

O palestrante e o Youtube

Você, palestrante, confiaria sua empresa nas mãos de uma adolescente de 15 anos? Você a usaria para atender seus clientes, trabalhando 24x7 sem direito a férias? E um menino de 5 anos, você usaria para promover seus serviços? Eu uso um menino. E uma adolescente também.


Espere! Não me denuncie por exploração de trabalho infantil e escravo. A adolescente, que acaba de completar 15 anos no Brasil, chama-se Internet. E o menino, que ajuda a promover meus serviços de palestrante, chama-se Youtube. Ele tem só 5 anos.

Sem a Internet eu não poderia trabalhar como trabalho: em home-office, sem visitar prospects para vender minhas palestras, sem impressos, catálogos ou DVDs para mostrar o que faço, e até sem meu fax, agora aposentado.

Em 1995 eu já usava a Internet, mas ainda não era palestrante. Naquele tempo, conseguir acesso era como fazer interurbano via telefonista. O Youtube veio dez anos depois, aparecendo para o público no final de 2005. Eu só iria criar um canal ali no dia 22 de março de 2006.

Quando pensei em criar um podcast para publicar mensagens e palestras em áudio, meu filho sugeriu que eu partisse logo para o vídeo, prevendo a popularização da banda larga. Inspirado naqueles telefones infantis de lata e barbante, batizei meu canal de TV Barbante. Ele seria literal e deliberadamente "amarrado com barbante".

Depois de meu primeiro vídeo ir ao ar, um colega consultor e palestrante me alertou: aquilo iria prejudicar minha imagem profissional. Na sua opinião, eu deveria contratar um estúdio e produzir vídeos de qualidade, mas expliquei que minha intenção não era tentar ser uma TV convencional.

Não demorou um mês, e vi que estava no rumo certo: um jornalista do Estado de São Paulo me ligou pedindo uma entrevista. A matéria era sobre a nova tendência do vídeo na Internet e minha TV Barbante acabou ganhando destaque em um box de um quarto de página. Sabe quanto custa um quarto de página no Estadão? Eu também não.

Venho usando o Youtube por quase cinco anos para promover meu trabalho de palestrante. Com ele experimentei diversas formas de me comunicar com minha audiência. Publico vídeos de minhas palestras, entrevisto a mim mesmo, falo com um irmão gêmeo que não existe ou bato papo com cachorros. Ali eu já fui desde astronauta até alienígena, quando achei que poderia me comunicar melhor vestido assim. Estes vídeos em particular são apresentados em muitas empresas por ocasião da Semana do Meio Ambiente, e há ainda uns dois ou três que são usados em SIPATs.

Hoje meus vídeos ajudam a conquistar novos clientes e a vender minhas palestras. Recentemente uma pessoa que viu um vídeo em um curso de inteligência estratégica entrou em contato e acabei contratado para uma palestra em sua organização. A história é sempre de alguém que viu, recebeu um link ou ganhou uma cópia informal. Sim, meus vídeos podem ser copiados, emprestados e distribuídos à vontade e de graça. Não ganho com eles, mas eles me ajudam a ganhar. Não se trata do palestrante substituir sua atividade presencial pela virtual ou concorrer consigo mesmo, mas oferecer uma amostra grátis do que é capaz de fazer.

Os únicos vídeos com restrições são os de um canal não profissional, "O Evangelho em 3 Minutos", que mantenho nas horas vagas. É vedado seu uso em igrejas, organizações religiosas, rádios e TVs, para evitar que algum pregador picareta ganhe dinheiro às minhas custas. Mas se ele for picareta, será que vai respeitar minhas restrições?

Hoje vejo que meu colega palestrante estava enganado. Minha carreira não foi prejudicada, muito pelo contrário. Mas se o Youtube não representou um risco para minha carreira, o mesmo eu não posso dizer em relação à minha vida.

Numa visita aos meus filhos nos Estados Unidos, decidi fazer um vídeo de mim mesmo falando de atendimento ao cliente, enquanto falava e caminhava numa praça em Filadélfia, perto do City Hall. De repente, do nada, apareceu um sujeito que achou que eu estava apontando a câmera para ele. O cara começou a gritar dizendo que ia atirar em mim se eu continuasse gravando. Ele estava vestido com uma capa longa, dessas de agente secreto. Fiquei apavorado.

O que aconteceu depois? Bem, eu estou aqui, não estou? Mas, se não tivesse baixado minha câmera, talvez tivesse conquistado uma notoriedade maior do que a TV Barbante consegue me dar com mais de 1,6 milhão de views desde 2006. Na comemoração dos 5 anos do Youtube eu estaria sendo homenageado como sua primeira vítima fatal.


O agente
 anti-Youtube

Para assistir vídeos comemorativos dos 5 anos do Youtube, clique aqui. O vídeo abaixo eu enviei para lá, mas não sei se vão incluir na página por estar em português. Nele você vê a cena do misterioso agente secreto que me ameaçou de morte.



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Viral Loop: Como o Crescimento Viral Transformou Youtube, Facebook e Twitter em Gigantes e Converteu Audiência em Receita
ADAM PENENBERG


Neste livro o autor explora a máquina que move o crescimento dos novos negócios na web 2.0 como Twitter, YouTube e ebay: o viral loop. Ele é alcançado quando o caráter viral é incorporado à funcionalidade de um produto. Em termos mais simples, isso significa que uma empresa cresce porque cada novo usuário gera mais usuários, sucessivamente. As estratégias virais não são restritas ao mundo corporativo, à medida que começam também a entrar em outras áreas, como a política. Um bom exemplo é a campanha presidencial de Barack Obama. Este livro é recomendado, portanto, a qualquer pessoa que queira conhecer e explorar as possibilidades de negócios na Web 2.0, convertendo audiência em receita.
O conceito de viral loop vem se disseminando conforme cresce o papel da chamada Web 2.0. Adam Penenberg é respeitado no meio em que atua e seus artigos geram grande repercussão. Este livro vem sendo esperado por uma grande comunidade ligada às mídias digitais.
Sumário
Um esquema insanamente viral
Como os rapazes do Hot or Not transformaram uma ideia simples em fortuna
Presidente viral
Loop de feedback positivo, conceitos propagáveis e as três categorias do loop de expansão viral
Tupperware e esquemas Ponzi – os modelos virais originais
Planos de festa, redes de indicação e a habilidade de vender
O primeiro loop de expansão viral on-line
Mosaic, Netscape, efeitos de rede e a faísca que desencadeou a explosão da internet
O produto propagável como novo paradigma de negócios
Planície viral, o viral loop duplo da Ning, o eu digital e o irresistível CrushLink
O anúncio viral perpétuo
Tag viral: P.S. I Love You. Get Your Free Email at Hotmail
Quando o público decide o que é bom
Curadoria coletiva; sucessos, fracassos e além, e o reality show viral de sua vida
Vídeo viral como marketing de estratégia (Psiu! Passe adiante…)
Afrouxando o controle sobre uma marca, loops de piadas e não agir como alguns caras em seus quarenta e poucos anos que tentam parecer modernos
eBay e o enigma do crescimento viral
A saga do escalonamento do escalonamento do escalonamento
PayPal: a primeira rede empilhável
Sinergia viral, persuasões gananciosas, fraude escalonável e batalha da rede de todos os astros
Flickr, YouTube, MySpace
Viral loops propagáveis e empilháveis e o ponto de não deslocamento
Ajustando o coeficiente viral
Bebo, padrões na viralidade e massa crítica
Agrupamentos virais
Facebook, gráficos sociais e componentes de software
A procura de uma nova unidade de anúncios
Morte do anúncio de banner tradicional, a batalha entre profissionais de marketing e consumidores, e o tempo (não cliques)
Criaturas virais no planeta Terra viral
Idioma, religião, dinheiro e outros fenômenos virais
Editora: Campus
Autor: ADAM PENENBERG
ISBN: 9788535231809
Origem: Nacional
Ano: 2010
Edição: 1
Número de páginas: 256
Acabamento: Brochura
Formato: Médio


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E a gorjeta, doutor?

Um comentário:

Mercado & Negócios Bahia disse...

Perfeito! O sr. Como sempre uma fonte de inspiração! Obrigada, obrigada e obrigada!

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