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28/12/2011

Dicas para o Medico Palestrante - Como preparar a palestra

Quais os cuidados que o médico deve ter na hora de seu discurso ou palestra, para não prejudicar a sua imagem? - Analisar o público, a ocasião, os objetivos e tudo mais. Ele vai vender um produto que são suas idéias entregues ao público por meio de sua mensagem. Deve fazer isso da maneira que traga melhores resultados e maior satisfação para os ouvintes. Sua imagem pessoal deve ser trabalhada e sua oratória também, já que ambas podem ser consideradas uma espécie de capa do conteúdo que tem para apresentar.




Isso exige algum treino e não há lugar melhor para fazer isso do que diante do espelho. Pode parecer algo bobo e infantil ficar falando para ninguém no banheiro de sua casa, mas é muito mais seguro fazer papel de bobo na privacidade de seu banheiro do que diante de uma audiência de trezentas pessoas.

O médico pode ensaiar na privacidade de seu espelho para analisar sua postura e expressões, além de timbre de voz e articulação das palavras. Se puder gravar ou filmar a si mesmo, o que hoje é muito fácil de fazer, poderá analisar o resultado, fazer correções e pedir críticas e sugestões à família. Até hoje eu analiso vídeos de minhas palestras para aprimorar minha comunicação, porque sempre posso melhorar em algum ponto.

Em meus treinamentos de comunicação oral costumo pedir aos participantes que venham à frente para falar sobre algo enquanto são filmados. Depois o vídeo é mostrado a ele e aos outros para que cada um discuta os pontos positivos e negativos e todos possam corrigir e aprimorar sua postura, entonação, articulação e até os movimentos das mãos.

Há diversas dicas práticas que ele pode obter com a ajuda de um profissional ou lendo livros sobre o assunto. Uma é trabalhar a entonação da voz e aprender a fazer uso do silêncio para sublinhar suas palavras. Outra é decidir se deve falar de improviso, usar anotações ou slides, ou ainda ler um texto corrido. Cada forma tem vantagens e desvantagens.

Se pretender ler, nunca deve fazê-lo segurando uma folha de papel na mão, pois isso fatalmente irá denunciar qualquer tremor e comprometer a segurança e certeza que ele deveria transmitir. Aconselho o uso de pequenos cartões, que não denunciam o tremor das mãos.

Quais dicas para se organizar uma boa palestra? -  Preparar o modo como irá falar pode ser às vezes mais importante do que preparar o que irá falar. Toda apresentação deve ter um começo, meio e fim, e não ser uma montanha de informações jogadas aleatoriamente sobre a platéia. O médico deve ter em mente também que em um espaço de uma ou duas horas, ou às vezes até menos, ele não será capaz de cobrir toda a história da medicina, portanto deve decidir concentrar-se em um tópico de importância e orbitar em torno dele. É melhor que todos saiam com aquele tópico muito claro em suas mentes, do que sem tópico algum, depois de terem escutado um milhão de assuntos tratados superficialmente.

A preparação de si mesmo, de seu humor, de sua atitude é importantíssima. Evito escutar notícias no rádio do carro a caminho de alguma palestra para não chegar lá com cara de quem viu um fantasma, pois as notícias ruins acabam afetando nosso humor. Procuro ouvir música, lembrar coisas engraçadas, enfim, me preparar emocionalmente.

Sempre que possível o médico deve visitar o local onde irá falar, se tiver algum receio de falar em público. Chegar antes ao local, andar por ele, passear pelo palco e olhar detalhes da decoração, cria uma sensação de conquista de território que será bastante útil para sua segurança quando estiver no palco.

Se pretender usar apresentações em Power-Point, o médico deve se lembrar de que as pessoas foram até ali para ouvi-lo, não para ler um texto. Palestrantes que simplesmente lêem o que todo mundo está vendo na tela poderiam muito bem enviar a apresentação por e-mail e evitar que todos se locomovessem até ali. Os slides devem servir de "cola" ou espinha dorsal para o que tem a dizer, e não revelar o conteúdo ou o "pulo do gato" da palestra. O mais interessante deve sair da boca do Dr. Fulano, não do Dr. Power-Point.

O que evitar para que a sua palestra seja um sucesso? - O médico deve evitar conversar com pessoas que queiram falar de problemas nos momentos que antecedem a palestra. Pela mesma razão que evito ouvir o noticiário antes de uma palestra, fujo de gente que puxa conversa para falar de problemas e notícias ruins. Peço licença e vou ao banheiro.

Por outro lado, ele deve procurar conversar com os presentes para sentir suas expectativas sobre o que realmente gostariam de ouvir, mas deve fazer isso naturalmente, sem parecer que está fazendo uma pesquisa de opinião pública.

O uso de microfones e manuseio das apresentações em computador devem ser treinado em casa, para não correr o risco de ter problemas de som ou perder minutos preciosos tentando descobrir onde foi parar sua apresentação no notebook, ou descobrindo que o CD onde gravou a apresentação não funciona ou o pendrive é incompatível com o equipamento do evento. Microfones podem se transformar em instrumentos de desastre, quando não são usados de forma correta.

Assim como o microfone ou as falhas técnicas podem acabar desviando a atenção do público, o mesmo acontece com vícios de linguagem, como o uso excessivo de "né", "ou seja" e outras expressões. Movimentos estranhos com o corpo, com os pés e com as mãos também são inimigos do orador. Quem fala em público deve se imaginar na tela de uma TV apresentando um telejornal.

Isto implica manter o público atento à sua boca e expressões, e aos movimentos de suas mãos, que devem ser mantidas dentro dessa "tela" de TV imaginária. Isso implica que as mãos não devem enfatizar a fala a menos que isso seja feito com elas acima da cintura para não desviar a atenção para muito longe do rosto do orador.

Finalmente, a melhor dica para uma palestra de sucesso é criar um início atraente o suficiente para conquistar a atenção do público, e um final surpreendente porque geralmente é a primeira e a última impressão que permanecem. E, de preferência, manter esse início e esse fim bem próximos um do outro para não cansar os ouvintes.

Trecho de entrevista de Mario Persona à Revista Medical

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