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21/01/2013

O palestrante no Youtube e Facebook

Antigamente o palestrante que quisesse mostrar sua arte procuraria um estúdio para produzir um DVD e enviar aos possíveis clientes. Isso geralmente ia via Correio acompanhado de um calhamaço de impressos coloridos com fotos do palestrante e frases de impacto, do tipo "O melhor palestrante do Brasil!", "O palestrante mais requisitado das Américas!", "O campeão da motivação!".



Eu chutei esses slogans, portanto se algum palestrante que estiver lendo isto realmente usá-los na promoção de seus serviços, peço desculpas. Mas talvez sirva para lembrar que marca não é o que você diz de si mesmo, e sim o que os outros comentam. Não vale eu dizer que sou isso ou aquilo, porque alguém logo irá dizer que é ISSO ou AQUILO com maiúsculas, e aí vem outros e diz que é ISSO e AQUILO em caixa alta e negrito. A você só resta usar o itálico, mas ninguém iria querer contratar um palestrante deitado.

Faz lembrar a história dos três palestrantes vizinhos de calçada da cidadezinha de interior (no original eram 3 alfaiatas, mas este é um texto customizado para meus leitores).

O primeiro palestrante quis incrementar sua marca para atrair clientes pintando uma bela placa com a frase: "O MELHOR PALESTRANTE DO MUNDO!". É claro que os outros dois palestrantes não gostaram nem um pouco daquela placa na calçada fazendo sombra para seus próprios negócios. O segundo palestrante correu comprar tinta e logo ao lado da primeira estava uma segunda placa: "O MELHOR PALESTRANTE DO UNIVERSO!". O terceiro, bem mineirinho em seu jeito de ser, não se fez de rogado. Pegou no pincel e produziu a sua elegante placa: "O melhor palestrante desta calçada!".

Enquanto você decide onde fazer o terno, vamos voltar ao palestrante do DVD com um calhamaço de papel impresso. Não me leve a mal, mas essa geração de clientes que pedia proposta de palestra por fax, portfólio do palestrante impresso e fita VHS sem nenhuma graça já deu lugar a uma nova geração de profissionais que nasceu cantando Balão Mágico e jogando Atari. Mas a geração que hoje ocupa a cadeira da gerência cresceu mamando no mouse e hoje está conectadíssima. Os netos desta geração devem sair da maternidade já com WiFi implantada no cérebro. Então hoje o caminho é o digital: e-book, e-vídeo, e-portfólio, e-tudo.

Quer dizer que o palestrante deve procurar um estúdio, produzir vídeos profissionais e alugar um servidor dedicado com boa qualidade e velocidade para criar uma imagem diferenciada?

Já vi que você daria um péssimo terrorista, pois pensando assim iria colocar sua bomba biológica no fundo de uma caverna no Saara. Hoje o diferencial não é ser tão diferente assim; o diferencial é ser diferente onde todo mundo é igual: nas redes sociais, e entenda como rede social qualquer coisa que tenha a ver com o Youtube. Eu já fiz a experiência de colocar um arquivo para download e colocar o mesmo arquivo no Youtube. Não preciso dizer qual deu melhor resultado.

Tendo dito isto, deixo você com a excelente análise do publicitário Roy Williams, publicada em seu boletim "Monday Morning Memo":

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YOUTUBE. Não Facebook.

Durante todo o ano tenho dito a alunos da Wizard Academy:

"YouTube irá gerar um trilhão de visualizações durante os 365 poucos dias de 2012. Trata-se de um veículo de disseminação de mensagem que ainda não foi totalmente explorado. O potencial do YouTube de ajudar um negócio a crescer é imensamente maior que o do FaceBook. O número de buscas que todos os dias são digitadas no YouTube só perde para o Google".

O número final de visualizações em 2012 acabou sendo de 1,46 trilhão. Vamos analisar assim:

Um milhão de segundos equivale a 12 dias. tic-tac-tic-tac
Um bilhão de segundos dá quase 32 anos. tic-tac-tic-tac
Um trilhão de segundos equivale a 31.688 anos.

Isto significa que 46.264 pessoas por segundo clicam para assistir um vídeo no YouTube 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Quase 3 milhões por minutos, 4 bilhões por dia. Isto significa 13 vezes a população dos Estados Unidos todos os dias.

Você acha que todas essas visualizações no YouTube não passam de um bando de adolescentes vendo uma centena de vídeos por dia? Apesar de ser verdade que o YouTube alcança 67% da população norte-americana dos 18 aos 34 anos, ele também alcança 59% da população de 35 a 49 anos, 52% da população de 50 a 64 anos e 48% da população com mais de 65 anos.

Quer ver um vídeo de como fazer alguma coisa? Instalar uma pia, por exemplo? Usar um bloco de polias? Trocar um filtro? Digite no YouTube e um especialista autodidata irá aparecer. O que é que você poderia e gostaria de ensinar de graça em troca do reconhecimento de todo o mundo?

Extraído de "Three New Things for 2013" - "The Monday Morning Memo", by Roy Williams - Tradução Mario Persona
http://www.rhw.com/2012/12/31/three-new-things-for-2013/

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Um comentário:

Mercado & Negócios Bahia disse...

Mais uma grande lição Mario Persona! Obrigada!

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