Ontem a gerente da empresa cliente disse: "Depois que o palestrante vai embora o que fica na lembrança de nossos colaboradores são as histórias que ele contou". Grande sacada! Você não consegue se lembrar de um parágrafo de uma palestra técnica cinco minutos depois de ter escutado, mas consegue se lembrar de uma piada cinco anos mais tarde. E é capaz de contá-la do jeitinho que ouviu apenas uma vez.
A razão é que nosso cérebro tem maior disposição em processar e guardar informação prazerosa do que aquela que dá trabalho para raciocinar. E eu dou razão a ele. Lazer sempre foi mais gostoso que trabalho, e as histórias que o palestrante conta se enquadram na categoria de diversão. Seu efeito será permanente, desde que, é claro, as histórias estejam no contexto da palestra e tenham alguma lição a ensinar.
O interesse pelos fatos corriqueiros da vida sempre atraiu pessoas. Os editores de revistas e jornais sabem que suas colunas de crônicas do dia-a-dia servem de âncoras para atrair e manter boa parte dos leitores. O Brasil é riquíssimo em cronistas de ontem e de hoje, como Machado de Assis, João do Rio, Rubem Braga, Paulo Barreto, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Henrique Pongetti, Diogo Mainardi, Paulo Mendes Campos, Alcântara Machado, Mario Prata, Carlos Heitor Cony, Graciliano Ramos, Olavo Bilac, Ivan Lessa, Stanislaw Ponte Preta, Lourenço Diaféria, Luís Fernando Veríssimo... a lista é interminável.
Cronistas conseguem transformar o banal em algo especial, o corriqueiro em lição de vida e o arroz-com-feijão em fino manjar, cativando seus leitores e deixando neles um gostinho de "quero mais". O que pode existir de melhor do que fazer sua palestra ser mais desejada pelos ouvintes? Suas histórias ajudam a humanizar as lições que o palestrante tem a ensinar, acrescentando um sabor à sua fala.
Portanto, se o palestrante quiser que seus conceitos entrem e grudem na mente do público, a ferramenta certa para isso são as histórias, de preferência as pessoais e de primeira mão, vividas e contadas pelo próprio palestrante.
Não, você não precisa ter inventado a roda para ter uma boa história para contar. Basta transformar em um caso interessante a troca de fraldas de seu bebê e associar isso à expansão dos mercados ou à crise mundial. Como fazer? O filho é seu, não é?
Um dos melhores livros que já li sobre o assunto é este: "The story factor" . Você não pode deixar de ler se quiser aprender a contar histórias que grudam.
Dicas do palestrante Mario Persona para palestras, palestrantes, mestres de cerimônia, comediantes, oradores, conferencistas, professores, advogados, políticos, estudantes, apresentadores, líderes, repórteres, jornalistas, formadores de opinião...
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06/02/2013
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