Nem sempre a dificuldade é quanto cobrar, mas como cobrar. Isso depende do cliente. Na dúvida, 100% para entrar em cena. Quando você lida com empresas idôneas, geralmente não há muita dificuldade em receber.
A maioria dos pagamentos é feita por depósito em conta da empresa mediante apresentação de nota fiscal. Não trabalho sem nota. E como poderia, se meu papel como palestrante é apontar como pessoas e empresas devem trabalhar? Portanto as solicitações de desconto usando o argumento da nota para reduzir encargos não pega.
Até um certo valor o cliente retém e recolhe apenas Imposto de Renda. A partir daí retém também PIS, COFINS e Contribuição Social. O cliente não retém INSS por se tratar, no meu caso, de sócio-diretor sem empregados quem faz o trabalho. Algumas cidades obrigam a retenção do ISS no local do evento, outras não exigem isso, e outras exigem que você se cadastre na prefeitura para provar que realmente não está estabelecido lá. Portanto, na hora de dar preço, deixe claro se os impostos estão ou não embutidos para retenção.
Até hoje só levei um calote, mas foi distração minha. Não me dei conta de que estava tratando com um diretório acadêmico (pensava estar tratando com a direção de uma faculdade), e acabei ficando apenas com os 30% do adiantamento que havia pedido. Os 70% restantes devem ter virado cerveja em alguma noitada do pessoal do diretório acadêmico.
Grandes empresas não pagam adiantamentos, seja lá qual for a porcentagem, pois você vai entrar no processo de pagamento deles, o que pode acontecer na mesma semana do evento ou às vezes até 60 dias depois. Dependendo do caso, é pegar ou largar, porque algumas empresas são extremamente engessadas nesse sentido.
Normalmente costumo pedir 50% de adiantamento para reserva da data, propondo uma retenção de 10% do valor total no caso de cancelamento por parte do cliente. Um compromisso para a reserva da data é importante pois como você é só um, se marcar data com um está sujeito a perder a mesma data solicitada por outro depois. Se o primeiro desistir, você fica sem os dois.
Atenção especial deve ser dada a promotores de eventos, principalmente iniciantes que se aventuram a lançar sua palestra e cobrar ingressos. Quando o sujeito é novo no ramo, ele provavelmente vai quebrar a cara porque não é fácil montar um evento, conseguir patrocínio e público pagante se o promotor não for bom na praça.
Eu não tenho mais participado de eventos assim, pois em alguns deles o promotor acabou solicitando uma renegociação do saldo para reduzir seu prejuízo com o pouco público que conseguiu reunir. E isso por descuidos, como marcar a palestra no dia de outro evento importante na cidade, marcar palestra para universitários em junho, que é mês de provas, e coisas assim.
Alguns clientes se contentam com uma carta proposta ou carta de intenções, mas outros exigem um contrato (no meu caso, raramente acontece). Se passar pelo jurídico pode apostar que vai acontecer, pois o advogado estará cumprindo seu papel. O arrepio é que às vezes é exigida uma multa caso você não compareça, e é bom acrescentar uma exceção para casos fortuitos.
Também é importante deixar claro que a multa é de uma porcentagem sobre o que você cobraria, e não sobre os custos do evento (já aconteceu de pedirem isso), pois vai que decidam contratar também um show dos Rolling Stones e você, por causa de uma unha encravada, seja obrigado a pagar uma multa de 30% do cachê que eles cobram...
Dicas do palestrante Mario Persona para palestras, palestrantes, mestres de cerimônia, comediantes, oradores, conferencistas, professores, advogados, políticos, estudantes, apresentadores, líderes, repórteres, jornalistas, formadores de opinião...
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05/11/2007
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4 comentários:
Suas dicas e experiencias estão sendo de grande importacia para o meu desenvolvimento. São poucos os profissionais de compartilham este tipo de informação.
Valéria
Suas dicas me deram uma luz no fundo do túnel. Mas gostaria que vc me falasse mais sobre onsultorias e ou palestras para instutições públicas..é difícl receber de forma correta, não?
Joia
Joia!
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