Um palestrante no início da carreira geralmente não ganha nada. Isso mesmo, geralmente o palestrante atua em alguma profissão e faz palestras gratuitas para divulgar seu produto ou serviços. Comigo foi assim.
Eu já fazia palestras para promover os serviços da empresa da qual era diretor de comunicação e marketing, gerar negócios e manter a marca em destaque em grandes eventos. Também participava de road-shows, quando promovíamos eventos com palestras em algumas capitais convidando clientes em potencial. Obviamente eu já tinha alguns anos de experiência em falar em público, porém mais informalmente.
A maioria dos palestrantes que você encontra foram profissionais em alguma área na qual obtiveram algum conhecimento e habilidades que podem interessar o mercado, por isso passaram a falar disso e, depois que ficaram conhecidos, passaram a cobrar para falar.
Há, porém, palestrantes que "criam" sua profissão lançando-se no mercado com algum tema. Alguns palestrantes conhecidos como "motivacionais" fazem assim, elaborando uma espécie de palestra-show. Mas mesmo assim ninguém irá contratá-los enquanto não forem conhecidos, o que geralmente só acontece com uma boa ajuda de estratégias de publicidade.
A partir do momento em que se torna conhecido, começa a cobrar conforme o valor que seu mercado encontra naquilo que tem para oferecer. Não existe um valor fixo, já que ele pode variar conforme a demanda, a dificuldade do tema, a dificuldade do público (sim, há públicos mais ou menos difíceis de se lidar), a época do ano, a localização do evento (quantos dias serão gastos para chegar lá e voltar), o tipo de transporte a que terá de se sujeitar, a necessidade ou não de se dar um desconto para conquistar aquele cliente em vista de outros trabalhos em potencial... as possibilidades são infinitas.
Como o palestrante é um só, ele nunca será maior que sua própria sombra, isto é, não adianta ele apenas aumentar o número de apresentações para aumentar o ganho. Há a limitação de tempo e espaço: ele não pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Então, se ele tem poucos clientes, talvez precise dininuir o preço (às vezes é preciso aumentar para comunicar valor); se está correndo como louco, sem ter tempo e ganhando pouco, deve controlar a demanda (diminuí-la), porém aumentando o preço. É uma espécie de sintonia fina que precisa fazer o tempo todo para manter uma boa relação entre o número de apresentações e seus rendimentos.
Mas é bom ter em mente que apenas os mais conhecidos e que se destacam por possuírem estilo, conhecimento e experiência singular é que são mais bem remunerados nessa profissão. A maioria dos palestrantes precisa dividir seu tempo entre palestras, aulas, consultoria, serviços de babá, fazer salgadinhos para fora, vender remédio para emagrecer... e por aí vai. Não existe trabalho melhor ou pior, desde que ele seja um meio de se obter um ganho e, ao mesmo tempo, trazer algum benefício às pessoas que pagam por isso.
Dicas do palestrante Mario Persona para palestras, palestrantes, mestres de cerimônia, comediantes, oradores, conferencistas, professores, advogados, políticos, estudantes, apresentadores, líderes, repórteres, jornalistas, formadores de opinião...
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08/10/2007
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4 comentários:
Oi também adorei seus comentários e dicas! Estou pensando seriamente em dar palestras educacionais, sou professora a muitos anos e adoro conversar com pessoas! Alunos, professores, minha praia!
Parabéns,
Sigrid.
Adorei seu blog, achei muito sensato e pertinente...adoro falar em público, sou psicóloga, trabalho em T&D e recentemente montei um consultório onde realizou com mais quatro colegas algumas palestras voltadas pra a área de Psicologia, comportamento, motivação, entre outras coisas aos sábados...vou vir aqui mais vezes para trocarmos figurinhas!
Um abraço
Eu tenho uma enorme vontade de atuar como Palestrante ou facilitador em treinamentos. Já realizo alguns na empresa onde trabalho. Com estas dicas, acredito que posso ir longe.
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