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08/01/2013

O palestrante e o e-book

Você que é palestrante já pensou em escrever um livro? Já escreveu? E quando pensou ou escreveu, será que sentiu aquela pontinha de desejo de que seu livro alavancaria seu nome e sua marca de palestrante para a fama e sucesso? Ah, vamos lá, não queira fingir humildade! Todo autor gostaria de ver seus livros em todas as vitrines, seu nome na lista dos mais vendidos e quiçá ver sua biografia nas telas com o Brad Pitt ou a Angelina Jolie representando seu papel.

Mas a realidade é bem mais parecida com a do diálogo entre o neo escritor e o amigo:

"E aí, ouvi dizer que você escreveu um livro! Está se dando bem na profissão de escritor?"
"Se estou me dando bem? Oras, já vendi quase tudo! Casa, carro, bicicleta, geladeira, som, cachorro..."

Não demora muito para você perceber que se o palestrante quiser ganhar dinheiro com livros precisará sair em campo vendendo, mas esta poderá ou não ser sua estratégia. Eu tentei fazer isso no início mas logo vi que, ao menos no meu caso, não funcionaria. Conheço palestrantes que se dão muito bem colocando uma mesa de livros na entrada de suas palestras, mas não sei se a demanda hoje é igual à do passado. Pode por a culpa no e-book.

Todo palestrante que tem livros publicados deveria Googlar o título de seu livro e seu nome. É provável que irá encontrar seu livro digitalizado por algum garoto de boas intenções e publicado irregularmente em sites como o Scribd, ou talvez esquecido em algum servidor mal configurado de alguma faculdade, daqueles que deixam seus diretórios abertos e os arquivos expostos. O Google descobre arquivos PDF, DOC ou TXT e daí para eles serem espalhados como fogo em pólvora leva o tempo de riscar um fósforo. Acrescente estas extensões de arquivo em suas buscas para ver no que dá.

Quando no ano 2000 escrevi a crônica "O fim do livro" sabia que o livro de papel estava com os dias contados e que a pirataria literária seria algo difícil de se controlar. Mas só alguns anos depois foi que decidi disponibilizar meus livros, que já estavam com o contrato com a editora expirado, em formato de e-book. Afinal, não sou um escritor por profissão e até hoje ganhei mais como tradutor de livros alheios do que como escritor de meus próprios. Minha intenção passou a ser menos de me tornar um escritor de renome e mais de fazer de meus livros instrumentos de divulgação de minha marca de palestrante. Tem dado muito certo até aqui.

Para isso experimentei vários serviços de publicação, tanto em papel sob demanda (on demand), como em formato digital. Amazon.com  (impresso e Kindle) e CreateSpace.com, Lulu.com, ClubedeAutores.com.br e Bookess.com foram alguns deles (acho que há outros, mas não me lembro). Em alguns meus e-books são vendidos porque mesmo que eu estipule um ganho zero de royalties, o site cobra sua parte. Em outros chegam de graça nas mãos do leitor.

Mas nenhum deles deu tanto retorno em termos de mensagens recebidas de leitores (já que não estamos falando de retorno financeiro) quanto o SmashWords.com, um site que publica apenas livros de autores independentes em formato digital. O serviço é gratuito e você pode também estipular que o preço de seu livro seja zero, se quiser (como eu quero) que mais pessoas conheçam seu trabalho e se beneficiem dele.

Por que SmashWords? Porque os títulos publicados ali vão para a iTunes Store e acabam disponíveis para qualquer usuário de iPad ou iPhone. Tanto é que a revista Forbes publicou uma matéria sobre o SmashWords com o título "Apple's Biggest (Unknown) Supplier of E-Books" ("O Maior Fornecedor (Desconhecido) de e-Books para a Apple").

Além da Apple (distribuição para iBookstores em 50 países), o SmashWords ditribui também na Barnes & Noble (US e UK), Sony, Kobo, WH Smith e FNAC (formato para Kobo), Diesel eBook Store, Baker &Taylor (Blio e Axis360), Page Foundry (que distribui em sites de varejo como Inktera.com e Versent.com, além de aplicativos para Android para Cricket Wireless e Asus), e outros canais. Isto coloca meus e-books em virtualmente qualquer dispositivo eletrônico, desde o velho computador de mesa até o mais recente smartphone, seja ele Apple OS ou Android.

Se você é um palestrante que deseja ver seus livros levando sua marca como plumas de travesseiro rasgado ao vento, a estratégia é o e-book e o canal é o SmashWords. Se vai ganhar dinheiro, ficar famoso e virar filme, aí depende de você, de seu talento e de mais um zilhão de fatores. Mas eu sou capaz de apostar que nem Brad Pitt, nem Angelina Jolie, irão representá-lo na telona. Ou será que você se acha parecido com um deles?




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