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16/09/2010

Como cobrar?

O trabalho dos palestrantes não é commodity, portanto não pode ser comparado a um quilo de batatas ou feijão. Trata-se de um produto que depende da marca do palestrante, portanto não pode ser medido em quilos ou horas trabalhadas. Confunda sua atuação de palestrante com consultoria e você perderá o sentido do mercado.


Consultores cobram por hora para trabalhos importantes, porém que não dependem tanto de uma exposição conquistada na mídia. Palestrantes valem o quanto pesam na percepção do público. Alguém que está todos os dias na novela pode ser péssimo na hora de fazer uma palestra, mas pode cobrar um monte e mesmo assim o cliente achar que valeu pagar. Portanto, calcule seu preço baseado em fatores como exposição, reconhecimento, clientes atendidos etc., e não com base em uma tabela.

Há também muitos fatores que têm influência no preço. Um evento de grande exposição pode pagar parte do cachê com essa exposição. Uma empresa que promete ser aquele o primeiro de uma série de trabalhos pode também forçar uma redução no preço. O número de dias gastos para ir e voltar do evento pode aumentar ou diminuir o preço. A forma de pagamento, a possibilidade de negócios com outras empresas do grupo e até o tema, se é "de prateleira" ou se precisa ser desenvolvido especialmente para aquele evento são outros fatores que irão influenciar nos honorários do palestrante.

Cuidado com pedidos para você incluir nos honorários de palestrante os custos de viagem e hospedagem. Explique ao cliente que para isso você será obrigado a acrescentar em sua Nota Fiscal os impostos sobre esses custos, e que também será obrigado a faze o cálculo da passagem aérea considerando a opção mais cara. Por que? Oras, pode ocorrer um prazo considerável entre sua proposta e a aprovação, e quem garante que se aprovada de última hora você conseguirá vaga em voos mais econômicos?

Deixar que o cliente assuma, não só os custos de viagem e hospedagem, mas também seja responsável pela reserva da passagem e do hotel, cria um vínculo de obrigação, uma espécie de garantia de que o evento irá mesmo acontecer. Em 90% de meus serviços de palestrante o cliente não pede para fazer um contrato e eu também não me preocupo com isso porque geralmente atendo apenas grandes empresas. Até hoje o único calote que recebi foi por distração minha, por não perceber que quem estava me contratando era um diretório acadêmico cujos responsáveis simplesmente desapareceram depois do evento, desaparecendo com eles 70% de meu cachê.

Um comentário:

Carlos Silva disse...

Mário, dicas úteis....acrescento ainda uma olhada na escala de vôos do lugar que você vai, pois se cobras por tempo despendido, às vezes não tem como voltar.....

Valeu, forte abraço,
Nepô.

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