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09/04/2012

O palestrante e o networking

Todo palestrante sabe que é importante conseguir clientes, e há diferentes maneiras de se fazer isso. Antigamente era preciso gastar muito com anúncios em jornais, revistas, rádio e TV, e por isso poucos palestrantes conseguiam sair do anonimato. Com a Internet as coisas mudaram e tudo ficou mais fácil para o palestrante, seja ele novato ou com anos de carreira. Mas é claro que muitos palestrantes acabam indo com muita sede ao pote e trocam os pés pelas mãos.


Existe um negócio chamado "email marketing" que só é realmente isso quando alguém se cadastra para receber suas mensagens. Fora isso não passa de spam, mesmo que venha com aquela bobagem escrita no final, que é uma tradução mal feita do inglês sobre um decreto de coisa nenhuma:

"Esta mensagem é enviada com a complacência da nova legislação sobre correio eletrônico, Seção 301, Parágrafo (a) (2) (c) Decreto S. 1618, Título Terceiro aprovado pelo "105 Congresso Base das Normativas Internacionais sobre o SPAM".
Este E-mail não poderá ser considerado SPAM quando inclua uma forma de ser removido. Para ser removido de futuros correios, simplesmente responda indicando no Assunto: REMOVER."
Parece de verdade, mas não é. Portanto quem se vale destes dizeres no final da mensagem não está apenas praticando SPAM, mais está enrolando o destinatário com uma conversa mole sobre uma falsa legislação.

Mas o que o palestrante pode fazer para ficar conhecido? Um bom site, de preferência em html sem grandes recursos que inibam o Google, muitos artigos enviados como colaboração a sites, jornais e revistas, participação ativa em comunidades e redes sociais, autoria de livros, palestras de cortesia para entidades assistenciais, vídeos no Youtube, podcast, blog e o que mais a imaginação inventar. Será de grande ajuda começar lendo o livro "Os 8 Ps do Marketing Digital: O seu Guia Estratégico de Marketing Digital" do Conrado Adolpho, que inclusive estudou minha estratégia de marketing digital e dedicou algumas páginas ao "Case Mario Persona".

Alguns alertas são necessários: Primeiro, artigos para a mídia não são textos de propaganda falando do palestrante, mas falando daquilo que seja de interesse dos leitores. Você deve também participar de comunidades e redes sociais NÃO de palestrantes, porque eles não são seus clientes em potencial (acredita que tem palestrantes que vivem enviando SPAM de propaganda para mim?!).

Procure comunidades e redes de pessoas de RH ou de áreas que sejam multiplicadores e formadores de opinião dentro da área ou tema onde você mais atua. E, mais uma vez, você não estará ali para falar de suas palestras, mas para falar daquilo que aquelas pessoas achem interessante. Aí elas verão que você é uma sumidade em qualquer assunto e irão querer saber mais desse Einstein ainda desconhecido no pedaço. Essa é a deixa para mandar seu www para a pessoa.

Publicar vídeos com trechos de palestras ou assuntos gerais é outra boa estratégia. Mais um alerta (tenho a impressão de que já alertei aqui...): Não faça vídeos institucionais com música de fundo e nenhum conteúdo porque só a sua família (às vezes nem isso) vai se interessar. Dê às pessoas o que as pessoas estão buscando, ou seja, o tutano que você promete dar em suas palestras. Se você estiver preocupado que as pessoas vejam nos vídeos tudo o que você tem para apresentar nas palestras, então é melhor ir encher esse tanque um pouco mais.

Tem algo que também pode ajudar a gerar clientes para o palestrante: networking em eventos. Sempre é bom participar e trocar cartões. O networking funciona em eventos públicos e abertos, seja você o palestrante ou não, onde você poderá encontrar pessoas de diferentes segmentos e talvez achar um fio de meada que leve você a um cliente.

Se você é autor de livros, cuidado com o costume de alguns palestrantes de vender livros, eles mesmos, após o evento. É melhor ter alguém para fazer isso do que você ficar ali fazendo troco quando poderia estar conversando com aquele industrial que queria ter uma chance de trocar meio minuto de prosa com você para contratá-lo para fazer vinte palestras para sua equipe. Se for noite de autógrafos aí não fica bem você colocar outro autografando por você, mas fique atento porque no Brasil ainda existe a ideia de que noite de autógrafos é quando o autor distribui livros de graça.

Aqui vai mais um alerta (Não! De novo!?): Quando participar de eventos in company, nos quais você é o palestrante, muito cuidado em querer "se enturmar" ou "fazer networking" depois da palestra. Um evento in company é como uma reunião de família, onde os colaboradores da empresa são todos primos e irmãos, e você é como o garçom que foi contratado para servir um coquetel. Só isso. Depois de servido o coquetel, ninguém espera que o garçom vá querer socializar com os presentes, porque a conversa ali vai ser de família.

No começo da carreira eu até tentava, mas logo percebi que acabavam colocando alguém para me fazer companhia e o cara ficava o tempo todo olhando por cima de meu ombro para a turma de colegas que estava se divertindo à beça. E ele era obrigado a ficar ali aturando a conversa de um palestrante que conheceu há duas horas e que nunca mais irá encontrar.

Até mesmo quando está programado um almoço ou jantar após a palestra, ligue seu desconfiômetro para perceber se você foi ou não incluído na lista de comensais, e não fique lá com cara de cachorro sem dono esperando uma boca livre. Na maioria das vezes o que se espera do palestrante é que ele fique invisível após a palestra; que ele simplesmente desapareça. Como o garçom que serviu o coquetel.

Um comentário:

Mercado & Negócios Bahia disse...

Olá Mario, gostaria que soubesse que o seu blog é grande fonte de inspiração para mim que estou começando nesse universo de treinamentos e palestras. São ensinamentos riquíssimos,detalhes, que somente um mestre como você seria capaz de comparilhar. Obrigada!

Luciana

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