Pesquisar este blog

23/07/2012

O palestrante e a parceria

Tenho aprendido que trabalhar em parceria não funciona tanto com palestrantes como funciona em outras profissões. O palestrante é como um cantor, é uma atividade muito personalizada e individualizada. E seu cliente também enxerga o palestrante assim. Quando ele quer contratar o "Cantor X" dificilmente se dará por satisfeito com o "Cantor Y".


Uma vez tentei fazer uma dobradinha com um grande amigo que é ex-diretor de algumas multinacionais e está aposentado. Apesar de ele ter uma bagagem muito maior e melhor que a minha, a coisa não virou, porque as empresas não querem contratar "duplas" de palestrantes, eles querem o indivíduo, o palestrante e sua marca pessoal. Além disso, ele era muito mais um profissional de mercado do que de comunicação, por isso sua exposição e notoriedade eram limitadas ao seu círculo de relacionamentos nas indústrias onde atuava.

Costumo receber pedidos de palestrantes querendo enviar currículo, fazer parceria, pedir para ser indicado e outras coisas. Não é uma tarefa fácil indicar alguém quando você é um palestrante, a menos que conheça muito bem a pessoa e seu trabalho. Uma indicação errada neste segmento pode se transformar em um desastre, porque o custo de uma palestra não é o que a empresa paga ao palestrante, mas o tempo que seus funcionários perderam deixando de trabalhar para assistirem um palestrante que pode não ter agregado coisa alguma (90% de minhas palestras não são em eventos públicos, mas in company).

Outro risco é que talvez o estilo do outro palestrante, apesar ser até bem aceito por alguns clientes, não ser exatamente o seu ou ser até diametralmente oposto. Então você nunca sabe se está "queimando o filme" ao indicar alguém que não tenha exatamente o seu perfil, que era o que estaria sendo considerado como referência pelo cliente.

Quando o palestrante que deseja ser indicado por mim aborda os mesmos temas que eu, a possibilidade de eu indicá-lo fica ainda mais reduzida, já que as empresas que me procurassem acabariam atendidas por mim. Somente em caso de impossibilidade de agenda (o que já aconteceu e fui obrigado a indicar) isto aconteceria, mas ainda assim permanece o que eu disse no parágrafo anterior. Será que alguém que procurou o cantor sertanejo ficaria satisfeito se este, por falta de agenda, indicasse um cantor de ópera?

Mas eu tenho indicado sim palestrantes que trabalham com outros temas e que conheço o suficiente para indicar. Porém curiosamente nunca são contratados, porque quando a pessoa me procurou (pensando que eu trabalhasse o tema) ela queria muito mais a pessoa do palestrante do que o tema específico da palestra. Já aconteceu de o cliente decidir mudar o tema da palestra para se encaixar no meu cardápio de serviços e me contratar. Esse é um efeito do marketing pessoal que acaba criando uma marca única.

Portanto, acredito que a melhor maneira de ajudar aqueles que me procuram querendo uma parceria, indicação, referência, dicas etc. é trazê-los a este blog, onde conto, por assim dizer, os "segredos da profissão". É claro que aí dependerá do palestrante captar a mensagem e aplicá-la em sua profissão, e principalmente de criar exposição, muita exposição. Como criá-la? Este é um assunto para o próximo tema.




Nenhum comentário:

Postagens populares