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22/04/2013

Palestrante de seguranca no trabalho deve usar EPI?

Quer saber se palestrante de segurança no trabalho deve usar EPI nas indústrias que visita? É claro que sim! Mas não é deste EPI e desta segurança no trabalho que quero falar aqui, mas da licença que o palestrante tem para ousar. Se você não quiser ficar preso ao lugar comum de uma imagem quadradinha, acadêmica ou empresarial, vai precisar correr riscos. Mas riscos calculados.





Alguns palestrantes se dão muito bem plantando bananeira no palco, fazendo mágicas ou dançando. Eu sou mais comportado em palco, onde atuo com um estilo mais parecido ao de contador de histórias e stand-up, mas na promoção de minha marca corro meus riscos de ousar. Se eu fosse ator, as pessoas chamariam o que faço de "laboratório" e todos achariam perfeitamente normal, mas como sou palestrante nem todos entendem quando me veem fora do formato terno-e-gravata.

Há alguns anos criei um vídeo sobre o impacto do aquecimento global no meio-ambiente. O título é "2010 Odisseia na Terra - Meio-Ambiente Aquecimento Global" e recebi muitos pedidos de autorização para ser usado em escolas e eventos voltados ao meio-ambiente. O que gerou todo esse interesse? Provavelmente o fato de eu aparecer no vídeo vestido de astronauta e conversando com o planeta Terra. É claro que não vou às palestras de meio-ambiente ou SIPATMA vestido de astronauta e nem passo o vídeo, mas ele ajuda a criar um link com minha imagem e a mandar uma mensagem para meus clientes, mostrando que não sou muito convencional em minhas abordagens dos temas que costumo apresentar.

Talvez você seja um palestrante com uma imagem mais formal e empresarial e nem mesmo teria "cara" para fazer algo tão fora da caixa. Tudo bem, esse é o seu estilo e é melhor não querer parecer diferente ou acabará sendo tão artificial quanto um sorriso amarelo. Mas eu herdei de meus pais uma certa dose de humor e ousadia.

Meu pai costumava parar em posto de gasolina e pedir ao frentista para encher o tanque com gasolina usada alegando que era mais barata (tente imaginar a cara de espanto do frentista). Lembro-me de um jantar na casa de um tio em que ele atrasou a entrada dos convidados porque decidiu colocar a peruca de minha tia que encontrou na penteadeira e sentou-se no portão da casa com um cobertor nas costas fingindo ser um mendigo bêbado. Como o portão era estreito, ninguém ousava passar pela fresta ao lado, pois ele caía sobre a perna do convidado assustado.

Minha mãe, durante uma recepção ao governador de São Paulo, Laudo Natel, que aconteceu em nossa casa, em tom de brincadeira agarrou o homem pelo braço e arrastou-o até a beira da piscina dizendo em voz alta que iria dar um banho no governador, para desespero dos seguranças e outras autoridades. O governador, felizmente, estava no clima da brincadeira e minha mãe não passou a noite na cadeia.

Este DNA de humor e ousadia acabou passando para mim e de vez em quando ouso quebrar paradigmas e fazer o inesperado. Os resultados são mistos: há quem goste, há quem critique e há quem abomine, porém entendo ser este o significado do verbo "diferenciar": Fazer diferença ou criar um diferencial.

Por isso adoro testar os limites sempre que posso, e foi por isso que criei um canal com o nome de TV Barbante: ele é tanto "amarrado com barbante", como minha imagem fica ali "por um fio". Em 2006, poucos meses depois do lançamento do Youtube, criei um vídeo chamado "Ousadia", no qual apresentava a estratégia que havia traçado pela então recém lançada TV Barbante. Eu tinha acabado de ser entrevistado pelo jornal "O Estado de São Paulo" para uma matéria de um quarto de página falando da TV Barbante e da nova tendência inaugurada pelo Youtube.

Nos últimos anos, além de ter ido ao espaço para consolar a Terra, já conversei com um cachorro sobre estratégias para lojas PET, com um asqueroso candidato a emprego e até virei um E.T. para ser âncora em um noticiário alienígena, voltando mais tarde com "the latest news", um tratamento sarcástico do tema meio-ambiente. Também já ministrei curso de marketing na cozinha de meu apartamento, protestei contra o som alto dos carros nas madrugadas, descrevi minha dor de barriga em pleno voo, fui entrevistado pela secretária de estado dos EUA, Condolessa Rice, mas também já fui entrevistado por mim mesmo. Ah!, também já cantei a canção que fiz para minha musa inspiradora nos tempos de faculdade. Se, como palestrante, eu não experimentar, nunca vou saber se algo funciona ou não. Gosto da frase (Mark Twain? Jean Cocteau?): "Não sabendo que era impossível, foi lá e fez".

Assista agora o vídeo de minha mais recente tentativa de quebrar paradigmas sem quebrar a cabeça, testando as possibilidades de minha nova câmera de vídeo e passeando de moto sem capacete, mas com total segurança. Assista "Protecao coletiva e individual - O papel do EPC e EPI na Segurança do Trabalho" (o vídeo está no início da página e abaixo o script em texto).

Proteção Coletiva e Individual

Quando o assunto é segurança no trabalho, você pode fazer duas coisas: Usar EPCs ou EPIs ou ambos. EPC é “Equipamento de Proteção Coletiva” e EPI é “Equipamento de Proteção Individual”.

A empresa usa “Equipamentos de Proteção Coletiva” quando instala um abafador nas fontes de ruído, filtros nos emissores de gases e proteções nas partes móveis das máquinas que possam causar danos à vida e saúde do trabalhador. O trabalhador, por sua vez, usa “Equipamentos de Proteção Individual” quando os “Equipamentos de Proteção Coletiva” não conseguem anular todos os riscos.

Proteger os processos de produção e o ambiente de trabalho deveria ser a primeira preocupação das empresas, e só depois determinar se os “Equipamentos de Proteção Individual” serão necessários ou não. Eu estive em uma indústria que eliminou o uso do capacete por ter eliminado todas as situações de risco que exigiam capacete. Faz sentido. Por que precisar andar de botas no quintal de sua casa se você pode eliminar as cobras?

Por isso é sempre melhor eliminar ou reduzir o risco do que precisar aumentar a proteção. Isto porque o uso de equipamentos de proteção individual têm suas desvantagens. Eles podem criar uma falsa sensação de segurança e fazer com que o trabalhador eleve seu patamar de risco.

Se você tem um carro velho com freio comum e pneus com meia vida, não vai arriscar andar em alta velocidade e deixar para frear em cima do caminhão à sua frente. Mas se tem um carro moderno e possante, com pneus novos e freios ABS, vai acabar confiando demais no equipamento e ficará sujeito a um risco igual ou maior do que viajando com o outro carro.

Portanto lembre-se: não deixe de usar EPI quando necessário, mas também não deixe de procurar formas de eliminar os riscos para deixar sua atividade ou o ambiente de trabalho mais seguro.
Você deve estar pensando quem sou eu para dar aula de segurança enquanto viajo de moto sem capacete. Bem, a questão é que eu já fiz a lição de casa e eliminei totalmente os riscos deste passeio para não precisar usar capacete. Veja, sem as mãos!

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