Uma das armadilhas em que pode cair o palestrante e quem o contrata é o equívoco de considerar o palestrante um consultor instantâneo. Não tem o Disk-Pizza? Pois é, há quem pense que também existe Disk-Consultor, uma espécie de consultoria instantânea e mais barata apelidada de "palestra".
Se você já é palestrante há algum tempo deve ter caído numa armadilha assim. Se é calouro, prepare-se porque ainda vai cair. Algumas empresas contratam o palestrante acreditando que ele irá trazer uma fórmula mágica para resolver todos os problemas em uma hora e pouco de palestra. Engano.
Palestra é palestra, consultoria é consultoria. O palestrante chega em cima da hora para falar de conceitos, nunca de problemas pontuais da empresa. E cabe ao público, formado por funcionários ou administração, transformar aqueles conceitos em ideias aplicáveis ao negócio.
Pior do que o cliente que espera encontrar no palestrante soluções pontuais e particulares para seu negócio é o palestrante que acha poder oferecê-las. Aí ele começa a tentar discorrer sobre o negócio do cliente e em cinco minutos todo mundo percebe que ele não manja nada do assunto. E nem é para manjar.
Um dia você fala numa empresa de petróleo, no outro dia numa fábrica de bijuteria, no terceiro numa faculdade e no quarto numa feira de gado. Você teria a coragem de afirmar que conhece em detalhes cada realidade de cada negócio? É claro que não.
Então contente-se em falar em conceitos sem arriscar oferecer soluções pontuais que podem ser um desastre se colocadas em prática.
E se o cliente achar que, fazendo assim, você fica aquém do que ele esperava, tente explicar que é humanamente impossível alguém se inteirar de um negócio no tempo que precede uma palestra e ganhando um cachê de uma apresentação de hora e meia. Para o que o cliente quer é preciso um trabalho de internação de no mínimo um mês para estudar a fundo o negócio, fazer um diagnóstico preciso da situação e, só então, arriscar uma solução. Mas aí você não é mais palestrante, é consultor.
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