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29/10/2013

O palestrante mao de vaca, quero dizer, criativo

Todo palestrante deveria ser criativo (leia-se "mão de vaca") na hora de promover o seu trabalho, e a criatividade inclui fazer muito com poucos recursos. Afinal, não é isso que os melhores palestrantes ensinam nas empresas por onde passam? Eu gosto de inventar maneiras de promover meu trabalho e fico feliz quando consigo fazer isso “amarrado com barbante” ou, como dizem os ingleses, “in a bootstrap”. Afinal, por que você acha que batizei de “TV Barbante” meu canal no Youtube?



Ao longo dos anos de operação (a TV Barbante foi inaugurada no início de 2006 - veja reportagem do Estadão aqui) aprendi uma porção de coisas que podem melhorar ou piorar o trabalho. Quando o assunto é gravação de vídeo, um dos grandes segredos é a iluminação, e não posso dizer que já tenha conseguido atingir um nível satisfatório. Às vezes é preciso admitir que coisas amarradas com barbante nunca atingem qualidade profissional. Mas continuo experimentando e isso faz parte do processo criativo e também de meu lazer.

No começo eu resumia os textos do script na forma de tópicos escritos em folhas de papel que eram pregados em suportes ao redor da câmera no tripé e gravava minha imagem em pé, meio corpo ou corpo inteiro. A fala era metade lida, metade improvisada, pois não dava para escrever tudo nas folhas. Na época minha câmera ainda era daquelas de fita VHS (tive duas, a segunda mini DV) que depois eu precisava converter para digital para conseguir uma droga de imagem, embaçada e sem definição.

Depois tive três câmeras digitais bem estreitinhas, duas Genius e uma Toshiba Camileo, esta última logo engavetada porque tinha foco automático e estava sempre indecisa se devia focalizar meu rosto ou o fundo. Resultado, uma imagem que variava entre nítida e embaçada alternativamente.

As Genius funcionavam melhor e eu já podia mantê-las na frente do monitor, pois com a aba do visor escamoteada, eu era capaz de ler o que estava atrás em formato Word. Mesmo aumentando o tamanho da fonte eu precisava mover a cabeça de um lado para outro para enxergar as letrinhas escondidas atrás da câmera. Isto é perceptível nos vídeos mais antigos.

Depois comprei uma câmera melhor, porém grande demais para colocar na frente do monitor. Passei a graver usando a TV de 40" como monitor, na qual conectava um notebook com o texto em Word que eu simplesmente rolava com um mouse sem fio. Depois fiz dois teleprompters com vidro comum, papelão e fita adesiva (haja barbante!), um para meu tablet e outro para meu notebook, mas por usar vidro comum eles davam imagem dupla nas letras e dificultavam a leitura. Nestes casos usei programas grátis de teleprompter que você pega na Web.

Finalmente descobri um vídeo que ensinava a fazer tudo da melhor maneira sem teleprompter, apenas trabalhando a distância da câmera, o foco e sua colocação em relação ao notebook. Não faço exatamente como o vídeo ensina (ela parece colocar o tripé com a câmera a meio caminho do notebook). Eu coloco a câmera e o notebook no próprio tripé, no qual instalei dois desses suportes de prateleira que você encontra em lojas de ferragens. A fixação deles não é com barbante, mas com aquelas práticas tiras de nylon que a polícia usa como algemas e você encontra em qualquer loja de 1,99. Assim o notebook fica com a tela logo abaixo da lente. Colocando a câmera cerca de meio metro acima do nível de meus olhos e a uns 4 metros de distância, uso o zoom para enquadrar e consigo ler da tela sem parecer que estou lendo logo abaixo da lente.



Minha conclusão: Usando o Word em modo browser, tanto pressionando o botão de rolagem do mouse para colocá-lo em modo “scroll” e passando o mouse sobre uma superfície, ou usando o botão de rolagem diretamente, ou simplesmente definindo uma velocidade de scroll correta para ficar com as mãos livres, consigo o efeito do teleprompter sem os inconvenientes da péssima definição de um teleprompter caseiro com vidro barato. E marcando a inclinação da câmera, zoom da lente, altura do tripé e distância de filmagem para nunca perder tempo reconfigurando ficou muuuuiiiito mais simples gravar meus vídeos da “TV Barbante” e do “Evangelho em 3 minutos”.

Algumas de minhas experiências anteriores você encontra nos links abaixo:
http://queroserpalestrante.blogspot.com/2010/06/bastidores-da-tv-barbante.html
http://queroserpalestrante.blogspot.com/2013/01/o-estudio-do-palestrante.html

2 comentários:

Alberto Souza disse...

No meu caso, ocorreu o seguinte: Dava as aulas e palestras mas não gostava que ninguém as filmasse! Quando comecei a captar as imagens e os vídeos dos trabalhos, pude observar a interação com a plateia além de corrigir os posicionamentos e falas que não me agradavam.
Belo Artigo, Parabéns!
www.albertosouzafisio.blogspot.com

Mercado & Negócios Bahia disse...

Muuuuuito bom e muito útil para mim esse artigo! Mto o obrigada...

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