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12/02/2016

Palestrante copiado e pirateado

A não ser que você seja um autor famoso, esqueça ganhar dinheiro com livros no Brasil. Evitar o e-book também não protege ninguém de ter o livro pirateado, pois hoje você encontra as principais obras das livrarias escaneadas e jogadas na Web para quem quiser pegar. É muito provável que você não irá conseguir pagar o almoço vendendo livros, mas com certeza eles irão ajudar você e sua marca a ganharem o respeito do mercado. Enxergue os livros do palestrante como uma alavanca de carreira.



Alguns palestrantes costumam levar uma mala de livros em suas palestras para vender depois da palestra. Já tentei fazer isso e desisti por alguns motivos. Primeiro, eu precisaria sempre ter um estoque de livros para carregar comigo, o que envolve investimento, além do problema atual que é meus livros serem produzidos sob demanda, ou seja, só quando a pessoa compra no site da editora.

Segundo, na maioria de minhas viagens que são de no máximo dois dias, eu levo apenas uma bagagem de mão para ganhar tempo (e não perder a mala). Levar livros significa ter de despachar os livros (e eventualmente perder a mala).

Terceiro, a menos que o evento ofereça uma pessoa para vender, fica meio estranho o palestrante descer do palco e correr para o balcão vendendo, autografando, caçando trocados para quem trouxe uma nota de cem, explicando para o outro por que não aceita cartão... Além disso muitos que assistem uma palestra gostam de ir conversar com o palestrante para comentar, tirar dúvidas ou fazer um "selfie". Como você é um só, fica bem difícil marcar o escanteio e correr para cabecear para o gol.

Outra razão de não vender meus livros em eventos é que a grande maioria de minhas palestras acontece em eventos in company em empresas, e muitas delas, principalmente as maiores, têm regras muito específicas quanto à venda de produtos em suas dependências. Uma vez levei alguns livros para o pessoal da empresa sortear entre a audiência e, para surpresa minha, informaram que não poderiam fazer aquilo porque sorteio envolve uma autorização da Receita. Então doei os livros para a biblioteca da companhia.

No início meus primeiros 5 livros saíram pela Editora Futura do Grupo Siciliano, que depois foi comprada pela Saraiva e cancelou todas as reedições. Peguei de volta os direitos e publiquei sob demanda em vários serviços assim (Lulu.com, Createspace.com, ClubedeAutores.com.br e mais algumas brasileiras). A melhor foi a ClubedeAutores.com.br. Meu sexto livro saiu pela editora Landscape, que fechou alguns anos mais tarde. Fiz o mesmo dos 5 primeiros. Os que vieram depois eu nem me dei ao trabalho de oferecer a editoras e foram direto para publicação "on demand" no Clube de Autores e para o formato e-book.

Para e-book testei vários (tenho inclusive na Amazon) mas o melhor mesmo é o www.smashwords.com porque distribui para todas as grandes livrarias do mundo, principalmente para a iTunes (Apple) que é a que mais vende e-books no Brasil. Dá para tirar uns trocados para comprar uma pizza no fim do mês.

O sistema do Smashwords é meio chato na hora de formatar o livro (porque precisa ser uma formatação bem básica ou ele é rejeitado). Lá você escolhe os formatos que quer publicar. Eu publico em PDF, ePub e Mobi que são os mais populares. Eles me pagam através do PayPal e eu uso esse dinheiro para pagar a assinatura da Netflix, comprar passagens aéreas e outras coisas no exterior ou mesmo em sites brasileiros que aceitam PayPal.

Recentemente descobri um serviço interessante que permite você ter seus livros publicados também em outros idiomas. É o www.babelcube.com que reúne escritores e tradutores. Você coloca um anúncio lá com seu livro e indica para que idioma pretende traduzir. O tradutor que se interessar entra em contato com você, traduz uma ou duas páginas de teste, você aprova ou não e por aí vai. Uma vez aprovado o tradutor ele terá um prazo para terminar a tradução e você para aprovar.

Aconselho buscar tradutores que trabalhem em equipe com ao menos um outro tradutor para fazer a revisão. Tipo assim: você quer seu livro traduzido para o árabe, certo? Então como você vai saber se o produto final está corretamente traduzido se você não sabe árabe? Daí a necessidade de um revisor. Depois de traduzido o livro é publicado em e-book (acho que existe uma opção para impresso, mas ainda não procurei) e distribuído nas principais livrarias de e-book do mundo. Você não paga nada para o tradutor, mas o resultado da venda é repartido em partes desiguais, ficando o tradutor com cerca de metade dos ganhos, você com uma parcela menor e a editora com a menor de todas.

Cabe lembrar que muito provavelmente o tradutor não irá se interessar em traduzir seu livro se não perceber nele uma obra boa de vender. Se você escreveu um "Thriller" sobre corrida de caramujos, pode esperar sentado. Mas ainda existe a chance de aparecer um tradutor interessado, porque vejo que o serviço é uma ótima oportunidade de currículo para tradutores novatos. Cada livro que traduzem é um livro que vai para seu currículo.



5 comentários:

Unknown disse...

parabéns , o trabalho é arduo , mas tem suas recompensas , se não vc estaria em outra , Deus continue abençoando na labuta do dia a dia , um abraço de sua mana

Unknown disse...

Parabéns , trabalho maravilhoso , dgno de ser plagiado ,sqn né

Leandro Branquinho disse...

Professor Mario Persona, que bacana este teu artigo.

Muito obrigado pelas informações de publicações
Não conhecia o Smashwords.

Vou acessar para aprender um pouco mais

Unknown disse...

Ótimo artigo Mario. Penso o mesmo.

Marcia disse...

Obrigada pelas dicas de editoras e de publicações e-book. Que Deus continue te abençoando muitíssimo!

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