Pesquisar este blog

02/01/2010

Quando o palestrante fala grego

Se você for um palestrante atuando na Grécia, esta dica não serve para você. Mas se você fizer palestras em qualquer outro lugar do mundo, por favor, não fale grego.


Todo especialista tem a tendência de falar grego. Aliás, mesmo antes de ser um especialista ele já adota essa mania, como aqueles advogados recém formados que teimam falar latim, ou médicos que desaprendem caligrafia só para o paciente não entender a receita.

Uma palestrante noviço em qualquer área é um incompetente inconsciente, que geralmente ainda não percebeu o quão pouco sabe. Depois de aprender um pouco aquele palestrante passa a ser um incompetente consciente, isto é, percebe que aquilo que já aprendeu não é nada perto do que ainda tem para aprender.

A etapa seguinte é do palestrante competente consciente, que sabe o quanto sabe e o valor que isso tem. Este não tem escrúpulos em cobrar o preço que seu conhecimento vale para sua audiência, e por saber que seu público não é expert em sua área, procura traduzir o que diz.

Mas os maiores especialistas em qualquer área costumam ser competentes inconscientes, isto é, eles nem fazem idéia do quanto sabem e de quão distantes estão dos pobres e comuns mortais. Esse tipo de palestrante tem dois problemas:

Primeiro, ele é um palestrante que não sabe cobrar. Ele acha que todo mundo já sabe aquilo que ele levou séculos para aprender.

Segundo, ele acha que não precisa traduzir o que diz, porque parte do princípio de que sua audiência possui a mesma bagagem que ele. Então descarrega aquela verborragia de termos técnicos e transforma sua apresentação na palestra dos sonhos de sua audiência.

Nenhum comentário:

Postagens populares