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05/02/2010

O palestrante e seus filmes

Quando quase ninguém tinha Internet, o palestrante que incluísse fotos engraçadas em suas apresentações podia agradar o público. Com a popularização da Internet e as fotos engraçadas chegando em spam e correntes, quase todo mundo já viu quase todas elas, por isso ficou difícil o palestrante encontrar algo inédito.


O mesmo aconteceu com o vídeo engraçado ou curioso. Em uma platéia para a qual banda larga é commodity, ficou difícil para o palestrante usar aquele vídeo engraçado. Ainda que alguém na platéia não tenha visto no Youtube, deve ter visto no Faustão, no Gugu, na Eliana...

Portanto muito cuidado na hora de escolher um material para palestra ou treinamento, seja ele imagem ou vídeo, que tenha o objetivo de causar impacto na audiência. Não há situação mais constrangedora do que o palestrante perceber cada pessoa na platéia dizendo à outra: "Já vi isso no Youtube". Aliás, existe sim situação mais constrangedora: é o cara ao lado dizer "Eu também".

Costumo usar vídeos apenas em treinamentos, e mesmo assim evito aqueles que possam ser encontrados no Youtube ou que têm uma mensagem óbvia demais. Em minhas palestras prefiro utilizar cenas breves de 2 ou 3 minutos tiradas de filmes de sucesso. Nunca passo um filme inteiro, primeiro por ser proibido fazer isso com um dvd destinado a uso doméstico, segundo porque o cliente não me paga para passar filmes para seus funcionários, mas para treiná-los.

Apresentar uma cena breve apenas, acompanhada das informações do filme, é legal e se enquadra na lei dos direitos autorais como uma citação (fazemos isso o tempo todo com frases tiradas de livro). Além disso,  promove o filme e incentiva os participantes a irem ao cinema ou comprarem/alugarem um DVD.

Mas não escolho cenas óbvias, e sim ricas em possibilidades. Também não explico a cena logo de cara, deixando que os participantes do treinamento discutam o que enxergaram ali e como aquilo se relaciona com o tema. As sugestões são colocads no flip-chart e discutidas sempre com foco no objetivo do treinamento.

Uma mesma cena pode ser usada em diferentes treinamentos e situações. Se você espera que eu diga como, então vai ter dificuldade em treinar seus clientes para que eles descubram sozinhos também. Se você gosta de usar filmes em seus treinamentos, sugiro o livro abaixo:

Lições que a Vida Ensina e a Arte Encena
MARCIA LUZ e DOUGLAS PETERNELA

O livro apresenta a utilização de filmes do circuito comercial - esses que vemos nos cinemas - como recurso para facilitar a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal e profissional.
Trata-se de um valioso instrumento para profissionais de Recursos Humanos, diretores, gerentes, supervisores, líderes de equipe, coordenadores, chefes de setor, instrutores, facilitadores, professores e para todos que, de algumas forma, estão à frente de uma equipe - qualquer que seja a sua natureza - realizando treinamentos, ministrando aulas ou coordenando reuniões.
Também é uma opção interessante para estudantes e demais pessoas que ainda não se enquadram nas funções mencionadas, mas simplesmente gostam de cinema e/ou treinamento e queiram desenvolver sua percepção sobre as impressionantes lições existentes nas produções da chamada sétima arte.

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