O estudio do palestrante

Aproveitei os primeiros dias do ano, que costumam ser mais sossegados para qualquer palestrante, para colocar em dia meu estúdio caseiro e meus vídeos da TV Barbante. Se você ainda não conhece a TV Barbante  ela é isso mesmo: amarrada com barbante. Quero dizer, os vídeos que produzo e publico no Youtube não têm qualquer pretensão de vídeos profissionais, mas são uma ótima maneira de divulgar meu estilo de palestrante com trechos de palestras, entrevistas, aulas e video-crônicas.

Hoje uma parcela significativa de clientes chega até mim via Youtube, não só pela TV Barbante, mas também pelos muitos fãs que copiam e publicam meus vídeos em seus próprios canais. E pensar que ainda existem palestrantes que têm chiliques quando percebem alguém filmando sua apresentação! E aqueles, então, que obrigam o cliente a apagar qualquer vestígio da apresentação em PowerPoint que havia no computador do evento?!

Eu pertenço a outro tipo de palestrante.  Sou do tipo que adora ver celulares e tablets levantados em minhas palestras, gravando cenas que depois serão distribuídas para pessoas que, de outra maneira, não poderiam jamais ser alcançadas por mim mesmo. Não existe nada melhor do que um vídeo do palestrante, todo tremido e feito por algum fã na platéia, cair no Youtube e ser pulverizado nas redes sociais. Não faz muito tempo vi um cantor brigando com a plateia quando porque viu alguém levantar a mão com um celular filmando. Pobre e retrógrado artista!

Também aproveitei a calmaria de janeiro, comum ao mercado de palestras, para dar um banho de loja em meu estúdio caseiro. Mas não pense que gastei os tubos com equipamentos caros. Não, eu simplesmente naveguei pelos vídeos do Youtube que ensinam a montar um estúdio caseiro, comprei dois tripés de microfone (porque custavam um terço dos tripés de lâmpadas de fotografia), duas caixas de plástico para guardar objetos (dessas que a gente compra, enche de tralhas e guarda no maleiro), cola, tecido, extensões, tomadas e lâmpadas.

Ah! Comprei também um pacote daqueles lacres de nylon que os Correios usam para fechar malotes e a polícia para algemar bandidos. Invenção maravilhosa esta, que prende qualquer coisa em qualquer lugar com garra e vontade. E para forrar as caixas por dentro, nada melhor do que um desses painéis prateados que você encontra em lojas de autopeças para o sol não bater dentro do carro. Dá uma dó cortar aquela coisa linda, mas é barato.

Pronto, lá estava eu com duas mambembes "softbox" ou caixas de iluminação. A sombrinha prateada que comprei por 12 reais numa loja de 1,99 eu ainda não usei e acho que nem vou precisar. Mas não pense que faço tudo isso por ser "mão de vaca". Bem, um pouco eu até sou, mas isto serve de terapia para um palestrante como eu, que gosta de inventar e fazer trabalhos manuais quando não está na estrada ministrando palestras. O fundo preto que uso em algumas gravações eu já tinha e você encontra mais detalhes de meu "estúdio" neste link.

A tampa da caixa eu recortei o centro e substituí por uma tela de nylon para suavizar a luz (não aparece na foto).

Ainda vou experimentar construir meu próprio teleprompter (hoje uso a câmera na frente do monitor) seguindo uma das dezenas de receitas que encontrei no Youtube. Hoje dá para fazer um teleprompter até para iPad! Se o escorpião do bolso deixasse eu até investiria neste estúdio portátil compacto para gravar vídeos usando um iPhone que vi . Isto mesmo, um iPhone! E você que já tinha pedido ao Papai Noel aquela imensa câmera de vídeo profissional...

Na próxima edição mais sobre a importância de palestrantes usarem o Youtube. Não perca! Enquanto isso, vá ao Youtube e digite "softbox" ou "teleprompter". Depois é só comprar um montão de coisas baratas e se divertir à beça. :)
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Em tempo:

Depois de publicar encontrei uma dica de teleprompter no Youtube e percebi que tinha tudo em casa para montar um em poucos minutos. Usei um tripé, uma peça de um suporte de banner, um par de suportes de prateleira, um vidro retangular com as bordas protegidas por fita isolante e um tecido escuro, além da utilíssimas tirinhas de nylon para lacre. Vou colocar a foto abaixo se você prometer não rir.

1. Câmera, vidro e suportes de prateleira instalados no tripé. 
2. Notebook com software de teleprompter no ângulo correto para o reflexo do texto ser visto na frente da lente da câmera. O melhor software que encontrei foi o mais simples e grátis: EasyPrompter (funciona online, mas pode ser baixado (EasyPrompter Portable) para ser usado offline no navegador - lembre-se de baixar e instalar a fonte espelhada (mirror). Até hoje usei essas câmeras baratas porque são as mais finas e eu podia colocá-las na frente do monitor e mesmo assim conseguir ler o texto atrás, mas vou começar a usar uma câmera melhor.
3. Um tecido escuro colocado sobre o conjunto permite enxergar bem o texto que vai rolar em frente à lente da câmera sem atrapalhar a gravação (assim espero, porque ainda não testei).